Há dois dias, uma mulher iraniana tirou o véu e despiu-se em público. Num país decente, isto talvez fosse um gesto sem importância. No Irão, é uma declaração de guerra. Porque, no Irão de hoje, o corpo feminino é território do Estado. E o hijab, longe de ser um símbolo de fé, é o emblema de uma tirania que sobrevive à custa de vigiar e controlar cada movimento das mulheres. Estas mulheres não estão a correr atrás de um “cosmopolitismo moderno”, mas de uma dignidade básica que as suas avós já tiveram. Querem o Irão onde havia deputadas, professoras, juízas. Um Irão que existiu
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